Nos textos anteriores nós acompanhamos a história real de R., um homem saudável de 38 anos que após realizar uma biópsia foi diagnosticado com um tipo de câncer considerado raro e agressivo, linfoma não-Hodgkin de células T.
- não imaginava que, tão importante quanto detectar a doença, era saber exatamente o seu tipo e quanto ele já tinha atingindo seu organismo. Quando o médico patologista recebeu o fragmento de tecido de R. para análise, precisou levar em consideração uma série de dados para sua categorização: achados clínicos, laboratoriais, moleculares e de imagem.
O chamado “profissional do diagnóstico” avaliou a arquitetura e a composição celular do tumor para detectar se ele era maligno ou benigno. Em alguns casos mais raros, o patologista pode ainda realizar testes moleculares, quando a arquitetura do tecido é destruída para análise. No caso dos linfomas, menos de 10% das neoplasias são malignas, mas R. era um desses 10%.
Com base nas informações do patologista, sabendo exatamente o tipo de linfoma e o quanto ele já tinha atingido o organismo de R., o hematologista pôde então indicar o tratamento mais adequado e com maiores chances de fazer os linfócitos anormais desaparecerem. Com essa união de especialidades foi possível chegar à definição de que a melhor conduta terapêutica seria quimioterapia seguida de transplante autogênico, que consiste na colheita da medula do próprio paciente para sua reinserção após o tratamento.
Durante nove meses, R. fez seis sessões de quimioterapia e o transplante de medula óssea até ser considerado curado, mas teve que seguir com acompanhamento por cinco anos. Nesse ano, a imprensa noticiou a comemoração de R. após cinco anos livre da doença. Isso porque ele é Reynaldo Gianecchini, ator que se tornou símbolo da luta contra o linfoma não-Hodgkin de células T e embaixador da (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).
A história real do ator Reynaldo Gianecchini teve grande notoriedade e é um exemplo de como o papel do patologista é fundamental não só para diagnosticar, mas para entender o desenvolvimento da doença e auxiliar na conduta terapêutica.
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Setembro é o mês no qual é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas (15/09). Esse texto encerra a série especial sobre a doença, realizada pela SBP em parceria com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE). Na próxima semana você saberá mais sobre a ABRALE e o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.
Fontes:
Dr. José Vassallo – Professor do curso de pós-graduação em Oncologia e consultor em Hematopatologia da Fundação Antonio Prudente – A C Camargo Cancer Center.
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE)