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17/10/2023
O alto custo dos exames, a dificuldade de acesso às aldeias e as barreiras culturais são alguns dos motivos que dificultam o diagnóstico precoce de doenças como o câncer do colo do útero nas mulheres indígenas. Estes são alguns dos fatores pelos quais essas mulheres têm 81% a mais de chance de morrer por conta da neoplasia se comparado a uma mulher branca. Pensando nas dificuldades e importância de fazer exames preventivos nessa população, a Sociedade Brasileira de Patologia participou da abertura da Campanha “Nós podemos eliminar o câncer do colo do útero” da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), em Brasília, na segunda-feira (09).
Durante o encontro, que também marca a Campanha Outubro Rosa, conhecida mundialmente pelo foco na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, câncer do colo do útero, diversas entidades representativas falaram sobre o total de óbitos por cânceres em mulheres indígenas. De todos os tumores mais prevalentes, 43,10% dessas mulheres morrem por conta do câncer de colo uterino, doença que evolui de pequenas lesões, que é prevenível e tratável através do seu rastreamento para aumentar a chance de cura.
Desde 2021, laboratórios associados à SBP realizam exames citopatológicos para rastrear o câncer do colo do útero em mulheres em territórios indígenas, pelo termo de cooperação entre a SBP e a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde.
No plano estratégico para a eliminação do câncer de colo de útero do povo indígena do Ministério da Saúde, estão a cobertura vacinal, o rastreamento organizado, a discussão da incorporação de novas tecnologias, o reordenamento da Linha de Cuidado e o Sistema de Informação que inclui o monitoramento e avaliação, além de diversas estratégias de comunicação sobre o assunto. O plano também inclui disponibilização de preservativos sem burocracia, mapeamento das mulheres indígenas para a realização
do Papanicolau, consultas ginecológicas e registro no Sistema de Informações da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), entre outras ações.
Ficou estipulada também uma agenda com a programação do mês para articulação com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), como aula virtual para os profissionais de saúde dos territórios com apresentação dos dados nacionais de epidemiologia e rede no Brasil com INCA (11/10), gravação de podcast sobre a importância de vinculação e interculturalidade na coleta do exame citopatológico (13/10), aula virtual realizada pela SBP para profissionais de saúde dos territórios com enfoque na qualidade da coleta para diagnóstico (18/10) e webinar da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Fundo das Nações Unidas (UNFPA) sobre desafios e potencialidades na América Latina para o encerramento da campanha (25/10).
