Científico

Câncer de próstata: é hora de tocar nesse assunto!

Categoria: Científico Publicado por: admsbp Publicado em: 13/01/2017

Pedro é um homem de 55 anos que sempre se considerou completamente saudável. Ele sempre se orgulhava por não apresentar nenhum problema de saúde ou vícios, mas o orgulho era tanto que ele também nunca realizava qualquer tipo de exame de rotina. Se até para negar testes simples como hemograma e perfil lipídico já imperava a filosofia do “quem procura acha”, o caso do toque retal era tratado por ele como um tabu.

Por puro preconceito e até mesmo vergonha de que seus familiares e colegas de trabalho fizessem piadas a respeito, Pedro sempre evitou falar sobre assuntos de saúde masculina, principalmente sobre ir ao urologista. Por mais que fugisse do tema, ele sempre teve uma pulga atrás da orelha, principalmente por conta dos alertas a respeito do câncer de próstata ser o segundo mais comum entre os homens.

Apenas após muita insistência e dias de conversa um de seus dois filhos conseguiu convencê-lo a procurar um urologista para uma consulta de rotina para falar sobre câncer de próstata. Nessas conversas ele acabou descobrindo que esse médico é o especialista também é responsável por tratar de problemas do sistema urinário masculino e feminino, como rins, ureteres, bexiga e uretra, bem como do sistema reprodutor masculino, composto por testículos, próstata e pênis.

No consultório, ele fez questão de que seu filho ficasse na sala de espera, uma condição que não pôde ser negociada. O urologista que o recebeu foi atencioso e o tranquilizou, explicando que os exames de rotina ajudam a diagnosticar qualquer problema precocemente, aumentando as chances de cura e diminuindo sequelas. Ele já estava mais calmo quando foi informado que seria necessário realizar o exame clínico, chamado de toque retal, que consiste na introdução do dedo indicador do médico, lubrificado e enluvado, através do ânus do paciente, com o objetivo de palpar a região periférica da próstata, onde a maioria dos tumores desse órgão se origina.

Pedro ficou muito nervoso e disse que não iria realizar esse tipo do exame, já que não era “coisa de homem”. O médico precisou de muita paciência para explicar novamente a importância do toque retal para o paciente, contando que esse tipo de preconceito era comum em muitos homens, impedindo muitos homens de realizar esses procedimentos por medo, achando que ele seria capaz de “abalar sua masculinidade”. Pedro estava resoluto e prestes a deixar o consultório quando o urologista, ressaltando a importância do diagnóstico precoce do câncer, apelou para a pessoa que aguardava o paciente na sala ao lado. Ela não precisou chamar pelo filho de Pedro, apenas lembrá-lo de como era importante para ele ter mais tempo com sua família.

Depois da conversa, ele permitiu o procedimento e descobriu o quanto seu preconceito tinha transformado o exame em um bicho de sete cabeças. No final das contas, o toque retal foi muito rápido, levando cerca de um minuto, e causando apenas um leve desconforto.

Nada do que o exame representou seria comparável ao que teria acontecido caso Pedro tivesse deixado o consultório naquele dia ou mesmo se negado a visitar o urologista. Isso porque, ao fazer o exame de toque retal, o especialista logo notou a presença de um nódulo endurecido na próstata.

Pedro ficou assustado, mas foi acalmado pelo médico que direcionou para a realização de uma biópsia, um procedimento no qual uma amostra de tecido é removida e encaminhada para análise de um médico patologista.

Na semana que vem você ficará sabendo como é feita a biópsia de próstata, procedimento realizado no nódulo de Pedro. Não perca a continuação dessa história!

 

Esse texto é o primeiro de uma série especial em apoio ao Novembro Azul, uma campanha dirigida à sociedade e especialmente aos homens para a conscientização da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata.

A história de Pedro é fictícia, mas acontece diariamente com incontáveis brasileiros. A Sociedade Brasileira de Patologia apoia o Novembro Azul!

 

Fonte: Dra. Kátia Ramos Moreira Leite – Profa. Associada do Departamento de Cirurgia, Disciplina de Urologia, Laboratório de Investigação Médica – LIM55, Faculdade de Medicina da USP, Genoa Biotecnologia.

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