Outubro Rosa
Câncer de mama em mulheres jovens tem diagnóstico precoce mais difícil
No ar, o episódio de outubro de O Patologista em Podcast, da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), apresenta uma discussão sobre diagnóstico desse tumor, com a presença da presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA).
O diagnóstico precoce do câncer de mama em mulheres jovens ainda representa um dos maiores desafios no enfrentamento da doença no Brasil. Segundo a Dra. Ruana Moura Rocha Costa, médica patologista especialista em Patologia Mamária e membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), cada exame realizado com precisão pode mudar o desfecho de uma paciente: “Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura, inclusive para pacientes com doença avançada, mas em mulheres jovens, esse diagnóstico quase sempre é mais difícil pela maior demora em iniciar o rastreio”.
A especialista da SBP detalha que o câncer de mama em mulheres jovens também tende a ser mais agressivo: “Com isso, mesmo quando o tumor é do mesmo tipo que o encontrado em mulheres mais velhas, o prognóstico costuma ser pior devido à idade”.
Médica mastologista e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), a Dra. Maira Caleffi acrescenta que “esses tumores crescem mais rapidamente e, muitas vezes, aparecem de forma menos evidente em exames de imagem, o que torna o diagnóstico precoce mais complexo.”, explica a Dra Maira, que também é presidente do Instituto de Governança e Controle do Câncer (IGCC).
As declarações foram dadas durante o episódio de outubro de O Patologista em Podcast, produzido pela SBP, que aborda os novos desafios do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer de mama. No programa, as especialistas compartilham informações sobre prevenção, detecção e cuidados médicos, com foco especial no papel essencial do patologista no diagnóstico da doença.
A Dra. Ruana explica que o patologista é responsável pelo diagnóstico do câncer por meio de exames como biópsia e imuno-histoquímica, fornecendo informações detalhadas sobre o tipo e o perfil do tumor: “Esse diagnóstico preciso é essencial para orientar mastologistas e oncologistas na escolha do tratamento mais adequado, que pode envolver combinações de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias-alvo, estratégias que exigem ainda mais cuidado quando o câncer acomete mulheres jovens”.
Estilo de vida e genética moldam o risco do tumor – Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 74 mil novos casos de câncer de mama por ano, sendo a doença a principal causa de morte por câncer entre mulheres no país. A incidência é maior nas regiões Sul e Sudeste, reflexo do melhor acesso ao diagnóstico e da maior expectativa de vida, mas a tendência é de crescimento em todo o território nacional.
De acordo com a Dra. Maira, fatores como obesidade, sedentarismo e consumo de álcool são apontados como contribuintes modificáveis, enquanto a predisposição genética representa uma menor porcentagem dos casos.
“Tudo que envolve hábitos de vida hoje em dia são fatores modificáveis, ou seja, que é algo em que conseguimos interferir. Já a herança genética, aquela que recebemos de nossos pais, contribui no máximo com 10% dos casos”, detalha a presidente da FEMAMA.
A Dra. Ruana ressalta que a predisposição genética também está relacionada ao histórico familiar de outros tumores. “Quando há casos na família de câncer de pâncreas, próstata, cólon ou ovário, é importante que a paciente leve essas informações ao ginecologista ou mastologista, para avaliação da necessidade de testagem genética”, orienta.
A jornada da detecção à esperança – O episódio reforça a importância do rastreamento precoce, com mamografias a partir dos 40 anos e a prática do autoexame a partir dos 35 anos, conforme a indicação de sociedades médicas como a FEMAMA. “A informação e a conscientização salvam vidas”, ressalta a Dra. Maira, lembrando que programas governamentais de busca ativa e facilitação do acesso ao exame são essenciais para alcançar mulheres que enfrentam dificuldades logísticas ou preconceito social.
Além disso, as especialistas destacam os avanços no tratamento e na Medicina de precisão, que permitem abordagens individualizadas, e a necessidade de atuação multidisciplinar entre patologistas, mastologistas, oncologistas e outros especialistas.
“O patologista é protagonista nesta jornada. O diagnóstico de qualidade permite o sequenciamento correto do tratamento, o que aumenta as chances de sobrevida e melhora a qualidade de vida das pacientes. Então, a cada diagnóstico preciso, renova-se a esperança de cura.”, conclui a Dra. Ruana.
Acesse o episódio completo de O Patologista em Podcast e saiba mais sobre câncer de mama:
https://open.spotify.com/episode/5lDFAHuidZLK8nbtoNhnJC?si=WH_00VIeQJeqK2E-izD9fw
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